Silêncio em Extinção

"Silêncio": O recursos mais ameaçado no mundo. Produzimos ruídos de todo tipo, na tentativa de entreter a mente. Também somos involuntariamente assediados, pelo barulho moderno, que permeia nossa rotina. Esse é um desafio constante para a qualidade de vida. A poluição sonora também é grave, e afeta o estado de saúde plena. E se você está na cidade, o desafio é ainda maior. Faça silêncio por um instante. O que você ouve? Sons naturais, ou produzidos? Quando estamos habituados ao caos, a exposição sonora torna-se uma inevitável companhia. Torna-se até uma alternativa, ao preenchimento interior. O ruído artificial se manifesta em todo lugar, e o silêncio natural, aquele sem nenhuma intervenção de máquinas, buzinas, motores ou toques eletrônicos, está cada vez mais escasso. No artigo de hoje, a reflexão pretende desnudar questões sobre o silêncio e propor uma perspectiva que analisa condicionamentos sociais que comprometem a saúde plena e nos convocam a preservar esse silêncio, em extinção. Boa leitura.
Silêncio é item de luxo, e até lei.
O excesso de ruído é um desafio tão importante nas cidades, que foi preciso regular horários e limite de decibéis através de normas legais, em diversas cidades no Brasil. O silêncio natural, capaz de inspirar e regular a saúde, está cada vez mais incomum.
A Organização Mundial da Saúde considera a poluição sonora um problema de saúde pública, e é fator para o desenvolvimento de doenças. A exposição prolongada, amplia quadros de irritabilidade e estresse, distúrbios do sono e ansiedade. Desencadeia o risco para outras patologias, de maneira invisível. Na Europa, a poluição sonora causa 12 mil mortes prematuras e 48 mil casos cardíacos por ano, segundo publicação da USP, em 2024.
Fizemos desse mundo, um lugar bem barulhento. E convivemos assiduamente com esse fenômeno, naturalizando o caos, nas entrelinhas. Somos tão habituados a barulhos, que por vezes, eles nem são imediatamente percebidos. Além de prejuízos imediatos à saúde, também perdemos a capacidade da escuta mais sutil e ativa.
O barulho foi profundamente incorporado à estrutura da nossa cultura. E isso coloca em xeque um sentido vital à saúde social. Com a apuração auditiva comprometida, abrimos espaço para a ausência de percepções. Nossa escuta se torna superficial, como também, a concentração e a consciência, facilitando reproduções automáticas e isentas de senso crítico.
Existem muitos desdobramentos para esse tema, incluindo a maneira como nos comportamos no mundo. A nossa exposição à uma infinidade de estímulos sonoros, reduz nossa seletividade e ameaça não somente o nosso bem estar, mas a nossa capacidade de escolha.
Além dos ruídos ambientais, nós também buscamos ativamente meios para ocupar nossos ouvidos. O crescente uso de fones de ouvido, é um exemplo. E essa tendência também foi identificada como um risco à saúde, pela OMS.
Em 2022, a Organização Mundial de Saúde fomentou uma campanha dedicada à prevenção cautelar no uso desse aparelho. Com o consumo ampliado de conteúdos digitais em smartphones, nossos ouvidos permanecem ocupados quase todo tempo. E esse consumo frequente, também afeta a saúde auditiva e reconfigura os comportamentos humanos.
Seria esse, um novo hábito para bloquear a poluição sonora de ambientes ruidosos? Uma maneira de estabelecer privacidade? Ou uma nova modalidade de isolamento? Ou uma tentativa de atenuar a solidão? Será o barulho, causa ou consequência? Uma fuga, um excesso, ou um novo vício?
Precisamos salvar o silêncio.
Valorizar a paz que ele estabelece, através dos sons naturais, restaura a psique, as emoções, organiza a mente e ancora a presença e a calma. O som da chuva, das ondas, o canto dos pássaros, o assovio dos ventos, o chacoalhar das árvores. Barulhos tão atraentes de uma floresta.
A restauração da nossa saúde e o nosso centramento, são encontrados no silêncio da natureza. Repousar os ouvidos nessa quietude, é uma das etapas do protocolo terapêutico do Shinrin Yoku, (Banho de Floresta), que permite experimentar os sentidos, em atenção plena.
O conceito de Green Mindfulness auxilia no detox sonoro. Facilita o resgate da nossa escuta interna, o bem-estar, a saúde integrada e o estado de paz, devolvendo esse senso de natureza. A nossa presença saudável no mundo depende desse silêncio, onde a melhor trilha sonora, pode ser revelada. Resgatamos as vozes, e ouvimos as mensagens e sons que verdadeiramente preenchem e trazem sentido à vida.
Silêncio é plenitude de uma arte, que podemos estabelecer.
Para resgatar o silêncio numa sessão de Shinrin Yoku, envie uma mensagem.
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