Parques Urbanos: Cidades mais verdes, vidas mais saudáveis

Áreas verdes urbanas, facilitam o encontro com a natureza, e privilegiam a saúde. Parques naturais são locais de passeio, esportes, encontro e bem-estar. Contribuem no controle de temperatura das cidades, elevam a qualidade do ar, além da indiscutível beleza de cenários e biodiversidade. Mas nem todos os brasileiros cogitam essa alternativa, como uma opção de lazer. Uma pesquisa do ano 2024, do Instituto Semeia em parceria com o ICMBio, revelou que aproximadamente um terço dos brasileiros entrevistados, nunca visitaram um Parque Natural. Participaram da pesquisa, 1.539 pessoas, de dez regiões do país. E você, quando foi sua última visita a um parque urbano? No artigo de hoje, você terá a oportunidade de saber como os participantes do Banho de Floresta, realizado este mês no Parque Nacional da Tijuca, vivenciaram essa experiência de conexão ecopsicológica. Que esta leitura seja capaz de incentivar você, à iniciativas simples de saúde: conhecer e reconhecer a natureza do Parque Urbano mais próximo. Boa leitura.
Parques Urbanos simbolizam a presença viva da natureza nas cidades. E essa aproximação contribui na promoção da saúde física e mental da população.
Muitas pesquisas científicas se dedicam a comprovar os efeitos positivos que a natureza proporciona no bem estar humano. Um artigo científico publicado em 2022 na MDPI, portal internacional de publicações acadêmicas, apontou ter havido redução de internações por males respiratórios, em cidades com mais ambientes verdes. Esta pesquisa foi realizada no Brasil, e envolveu 397 municípios paranaenses.
Outros estudos, apontam que pessoas que residem próximas às florestas urbanas, experimentam melhor qualidade do sono e maior estado de relaxamento. E esses efeitos são ampliados, quando as pessoas se permitem ao encontro direto com a natureza.
O Parque Nacional da Tijuca, é a maior floresta urbana reflorestada do mundo, e completou 64 anos este mês. O Parque carioca preparou uma programação de aniversário e ofereceu diversas atividades gratuitas, dentre elas, o Banho de Floresta.
O Banho de Floresta, originalmente chamado Shinrin-Yoku, é uma prática nascida dentro de um Parque Urbano japonês, em 1982. A iniciativa convidava o público à reconexão plena com a natureza. Nesta época, este país atravessava grandes desafios de saúde pública, e o Banho de Floresta contribuiu na melhora da saúde das pessoas, que passaram a visitar mais os parques, melhorando o bem-estar e a saúde mental, ampliando a consciência ecológica.
Diante das evidências positivas, a partir da década de 90, o Banho de Floresta passou a atrair o interesse da área científica. Desde então, pesquisas ao redor do mundo comprovam os efeitos positivos à saúde, como regulação da pressão arterial, melhora do humor e redução do estresse, e a produção de células Nk (responsáveis por defender o organismo contra células cancerígenas). Respirar a atmosfera da floresta e entrar em contato com os fitocidas (composto orgânico liberado pelas plantas), melhora a imunidade e fortalece a saúde geral.
Conduzi 26 pessoas, numa facilitação de Shinrin Yoku por aproximadamente duas horas, numa trilha sensorial, na Floresta da Tijuca. Deste grupo, 18 pessoas toparam participar de uma pesquisa rápida a respeito da experiência, através de um questionário de percepção. No resultado, 72% dos participantes relataram estado de leveza e paz, após a realização da prática; 61% relataram maior conexão com a natureza, 55,6% expressaram ampliação do bem-estar geral e 100% dos participantes repetiram a experiência de Banho de Floresta e voltariam ao Parque para visitação.
A terapia de Banho de Floresta é uma prática integrativa de saúde, uma experiência de reconexão com a natureza baseada no conceito green mindfulness. A técnica adota protocolos que facilitam o estado meditativo do praticante, através da experimentação de todos os sentidos. A vivência estabelece uma relação intencional com a natureza, integrando corpo e mente, cultivando a saúde preventiva.
A Fiocruz através de projeto de cooperação técnica científica, em parceria com o Instituto Brasileiro de Ecopsicologia (IBE), desenvolve projeto de pesquisa para gerar evidências sobre os efeitos do Banho de Floresta nos biomas brasileiros.
Pesquisas realizadas pelo Einstein, no Programa e-Natureza, compilam evidências sobre os benefícios do meio ambiente na melhora de pacientes. A comunidade acadêmica e científica do nosso país, cada vez mais se aproxima do conceito Shinrin Yoku, favorecendo a integração da natureza às iniciativas de saúde.
O Brasil possui 569 parques naturais, e oferece nas cidades, a oportunidade para que o contato com a natureza seja incorporado na rotina pessoal e familiar. Visitar um parque e contemplar uma floresta, pode ampliar a sensação de bem-estar, acalmar sua mente e elevar a sua qualidade de vida. Faça essa pausa por você. Se permita a esse encontro.
Há saúde na floresta. Para mais informações sobre o Banho de Floresta, entre em contato
Beatriz Novaes - Terapeuta Florestal formada pelo Instituto Brasileiro de Ecopsicologia, e Especialista de Saúde e Práticas Integrativas, pela PUCRS.