Mulher, lugar ao Sol, direito à Lua

10/10/2025

Como a saúde da mulher contemporânea, se realiza? Sua carreira é tranquilamente construída, ou dela, é exigido além? A cultura, ditada por regras e enquadramentos, a idealiza? A desqualifica? Temos chance à liberdade? Atravessadas pelo gênero, a mulher busca reafirmar sua identidade em todo espaço. No lar e na arte, na liderança e bastidores, na família e no trabalho. Desejando ecoar a voz reprimida. O corpo restrito. A própria história de vida. No artigo de hoje, a reflexão é sobre o direito de caminhar adiante, eliminando desigualdades históricas. É sobre acreditar na equidade prática. Na transformação pela insistência. Com direito, respeito e harmonia. Pela mulher como indivíduo. Pela sua natureza.

A Terra é chamada de mãe. Forças femininas. E como lidamos com as duas, nesses tempos?

Mulheres, sejam mães ou não, são como a Terra e estão vulneráveis. Ambas combatem desafios para estabelecer harmonia. Estão subordinadas à lógica predatória e de apropriação. A mulher, é como a terra abaixo dos nossos pés. Generosa, sustenta. Nutre e germina. Serve, acolhe e multiplica. Mesmo devastada, se revitaliza. Potência imensurável reduzida ao utilitarismo mal pago - por muitos desatentos.

Assim como a Terra, a mulher precisa lutar para ser, caber, merecer, ser respeitada e reconhecida. Por isso inevitável criar espaços de redundâncias: e dizer o óbvio, em repetição.

Nas dinâmicas de trabalho, disparidade salarial, assédios, desafios para conciliar a vida pessoal à gestão familiar, obstáculos para consolidar carreira e finanças. Tantos padrões impositivos. Critérios excludentes. Julgamento e distorção. Discriminação pautada em estereótipos. Realidade essa, tão comum e tão corriqueira, ditada como normalidade.

Em 2025, no Brasil:

  • Mulheres ainda ganham em média, 20% menos que homens na mesma função
  • Disparidade em cargos de liderança: mulheres ocupam apenas 35% da alta gestão 
  • Mulheres são as principais provedoras em 50% dos lares brasileiros (IBGE)
  • 60% das mães estão fora do mercado pela dificuldade de conciliar vida profissional e familiar.
  • Mulheres são as mais afetadas na "geração sanduíche", assumindo a responsabilidade do cuidado de duas gerações (seus filhos e pais)
  • Mulheres são submetidas à imposição estética irreal ditada pela mídia e pela cultura de consumo, formatando e idealizando a beleza, destruindo a individualidade

E não para por ai. O preconceito é de gênero, mas com o etarismo se cruza, ampliando desafios no trabalho. Depois dos 40, oportunidades mais restritas. Sexismo e maturidade acentuam desafios na recolocação e transição de carreira.

Pressões culturais, sobrecarga, estresse, adoecimento físico e mental.

Por que falar mais do mesmo?

Se a reflexão incomoda ou motiva, ou permite atenuar diferenças ou mudar um gesto ou pensamento, ou a agir com mais coerência, valeu a pena. Ainda que um passo por vez, em direção ao que seja mais justo. Fazendo algo no pedaço de mundo que compartilhamos.

Observando, com profunda generosidade, cada mulher e cada pessoa. Remodelando o retrato construído por tantas gerações. A mulher, como todos, tem direito e lugar ao sol. Ao descanso sob a lua, e às oportunidades de harmonia que enobrecem espaços sociais e dignificam a maneira de viver.

Tomar consciência é a primeira etapa de uma decisão intencional, da atitude transformadora. E que seja em coro, assim haverá sempre, maior tônus para a realização. Para a equidade.

Ala Work-Life Harmony - Club G100 Brasil - Beatriz Novaes

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